quinta-feira, 6 de junho de 2013

PINTOR...



PINTOR


ignorando o rigor da geometria
usava as ferramentas do engenho
sobrava-lhe a dor quando sorria

mão decepada de argúcia e de traço
pintava com os olhos doloridos
ou pelo tacto

entre o afago de um goivo que se abria
ávidas, as mãos iam tecendo
a luz do dia

sem abrandar o passo
definia um estreito hiato

fímbria que mediava entre ela e a
vida



arlindo mota

6 comentários:

mariam [Maria Martins] disse...

Arlindo,

... e, com génio pintou mais este belíssimo poema.

Maravilha(da)!

Beijinhos :)
mariam

Canto da Boca disse...

O pintor não necessitava de inspiração, ou traço, apenas do espaço para pintar suas dores...

Belo e tão cingido de subjetividade (?), Arlindo...

Abraço!

;))

OUTONO disse...

...traços de caminhos, onde semeia palavras belas.

Infindável prazer esta leitura....como outras, que me (nos) oferece!

Abraço!

arfemo disse...

Olá mariam,

é sempre um prazer rencontrá-la aqui...por ser a companhia mais antiga deste blogue; pela sensibilidade; pela comunhão de gostos; pelo desprendimento...

até breve:)

beijinhos
arlindo

arfemo disse...


Para Canto da Boca,

...sempre grato pela leitura e comentário inteligente ( e amizade prosseguida...)

abraço!

arfemo disse...


Para Outono,

Caro amigo já antigo na sedadaspalavras é sempre um prazer tê-lo por companhia! Um dia nos encontraremos em sítio menos etéreo e comungaremos como tem feito por esse país fora!

abraço grande