Contigo aprendi que os dias e as noites
não existem quando conversamos sobre livros
que os livros podem
ser orais ou escritos
- isso só descobrimos mais tarde -
Lembro-me das tuas palavras
isentando a vida do ónus do tempo
como quem diz não tenho pressa
que estou cá porque quero estar
de momento estás afónico e
não sabes se um dia
recuperarás a voz
eu continuarei a ler-te em braille
no meu canto preferido da livraria
mesmo junto ao chapéu e bengala
sinal inequívoco da tua presença
arlindo
mota
24 Outubro de 2013
(in memorian de
Manuel Medeiros “O Velho Livreiro”)