PINTOR
ignorando o rigor da geometria
usava as ferramentas do engenho
sobrava-lhe a dor quando sorria
mão decepada de argúcia e de traço
pintava com os olhos doloridos
ou pelo tacto
entre o afago de um goivo que se abria
ávidas, as mãos iam tecendo
a luz do dia
sem abrandar o passo
definia um estreito hiato
fímbria que mediava entre ela e a
vida
arlindo mota
6 comentários:
Arlindo,
... e, com génio pintou mais este belíssimo poema.
Maravilha(da)!
Beijinhos :)
mariam
O pintor não necessitava de inspiração, ou traço, apenas do espaço para pintar suas dores...
Belo e tão cingido de subjetividade (?), Arlindo...
Abraço!
;))
...traços de caminhos, onde semeia palavras belas.
Infindável prazer esta leitura....como outras, que me (nos) oferece!
Abraço!
Olá mariam,
é sempre um prazer rencontrá-la aqui...por ser a companhia mais antiga deste blogue; pela sensibilidade; pela comunhão de gostos; pelo desprendimento...
até breve:)
beijinhos
arlindo
Para Canto da Boca,
...sempre grato pela leitura e comentário inteligente ( e amizade prosseguida...)
abraço!
Para Outono,
Caro amigo já antigo na sedadaspalavras é sempre um prazer tê-lo por companhia! Um dia nos encontraremos em sítio menos etéreo e comungaremos como tem feito por esse país fora!
abraço grande
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