domingo, 20 de junho de 2010

TEU CORPO AVE CINZENTA



teu corpo ave cinzenta simulou um voo

ao encontro dos deuses, mundo dos ses,

em movimento pendular: ser e não ser,

cintilando ao retornar pela última vez


o corpo brotou manancial de água fresca

sobre delicado tapete de plátanos em flor

sem cuidar de saber se ao partir voltaria:

eclipse ou expressão circular da geometria


o corpo ave cinzenta aninhou uma última vez

no meu colo,e ali ficou, delicada,serena forma,


depois despertou tão naturalmente naquele dia,

que deixou a ilusão de ser eterno – e não seria…?



arlindo mota

sábado, 19 de junho de 2010

FOTOPOEMA: TEMPO DE PARTIDA



A terra é fresca, entumecida

O fruto escasseia ou está ausente,

Aproxima-se o tempo de partida.



Foto e poema: arlindo pato mota