sexta-feira, 30 de outubro de 2009
A ALDEIA, Lugar de nascimento
Parece a Grande Casa de Romarigães, solar puqueno, história quase desconhecida, mas que faz o pleno da errância de férias entrecortadas dos lugares onde nsci, mas onde não cresci. Os grandes cães que assomovam aos portões aterrorizavam-me, quando distraído, passeava ao longo do gradeamento. Dos senhores, jamais lhe vi o rosto. Do edifício, felizmente não caiu em ruínas, mas precisa de obras profundas de restauração. E aí estará o gato, que a aldeia é pequena, e não há tradição em portugal de salvaguardar o património, a substituir os cães, só que quem tem medo desta vez, como se percebe pelo olhar, é ele...
Texto e fotos: apm
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
PRECOCEMENTE, O OUTONO
Poema dito por José Silveira, querido poeta, que do Brasil enviou este abraço com o todo o talento e amizade da sua voz. Obrigado "amigoirmão"!
Dantes tinha muitos amigos, bebíamos e cantávamos enquanto o rio desaguava a desoras no cais da ribeira, junto às margens do teu corpo. Não tínhamos sede, nem pressa de chegar. A vida em delta, foi-nos separando, mas tudo parecia continuar a fazer sentido.
Agora, os amigos desse tempo abrigam-se quase todos na memória, o céu mudou de cor e já não há mar que nos sossegue.
Quero de volta o azul e não consigo. Telefono, escrevo, envio mails, mas sinto-me estranho na vídeo-conferência.
Levantamos os copos – que estão vazios ou meio-cheios – numa comunhão que antes entendia ser perfeita e sinto que já não há sagração possível. O tempo, diz a meteorologia e a cor dos teus cabelos, mudou...
Voz: José Silveira
Poema: Arlindo Mota
Publicação original: Site Luso-Poemas
sábado, 24 de outubro de 2009
A EMOÇAO DA COR
terça-feira, 20 de outubro de 2009
FLOR DE SAL nos ANOS 60
A convite de Fernando Casanova, proprietário do bar Anos 60, "FLOR DE SAL" foi objecto de animada tertúlia no dia 15 de Outubro. O autor e a obra foram apresentados pela Drª Vera Silva. A curiosidade pelo documento e a época riquíssima a que se reporta, os anos 30 do século passado, na emergência e consolidação da ditadura do Estado Novo, promoveram animado debate entre os presentes, que no final sempre conduzia ao material ficcional. As diversas e riquíssimas experiências em confronto abriram o apetite para a direccção que o autor tomou no desenvolvimento da obra romanesca. FLOR DE SAL ficou um pouco mais conhecida e desejada.
Foto: A.Batista
Texto: apm
domingo, 18 de outubro de 2009
TU CÁ, TU LÁ - Antologia Poética
Dia 17 de Outubro, teve lugar a apresentação de uma antologia de poesia que teve a particularidade de nascer no mundo virtual, constituída por poemas de 15 autores. Muitos deles com blogs próprios e/ou com um traço comum no site Luso-Poemas: Dolores Marques, José Luís Lopes, Ana Coelho, António MR Martins, José António Antunes, São Gonçalves, Lurdes Dias (Cleo), Luis Ferreira, AnaMar, Carlos Filipe Conchinha, Conceição Bernardino, Gonçalo, Lobo Pinheiro, J.C.Patrão, Liliana Maciel, Miriam Costa.
A festa foi bonita, num lugar soberbo (Manutenção Militar), num espaço museológico revestido de azulejos oitocentistas, que revestia a padaria da manutenção militar. Uma antologia de palavras e de amizade congregou os presentes, numa festa animada onde a poesia e os poetas tiveram o lugar central. Parabéns para todos e obrigado por ter oportunidade de rever em carne e osso amigos do mundo virtual
apm
BILHETE POSTAL: VENEZA
Estou alojado junto à Piazza San Marco, num pequeno palacete recuperado com uma
dúzia de quartos que me faz retroceder séculos. Daqui pode-se ir a pé,
atravessando pontes ancoradas na memória e que nem os milhares de turistas
perturbam. Aqui as pessoas podem anonimamente dar as mãos, trocar carícias,
beijarem-se, ou andar apenas pelas singulares “fondamenta”, passeio sublime junto
às margens do canal. Hoje o nosso destino é a Ponte di Rialto., fascínio dos
sentidos, pela sua localização e história. À noite, no regresso, a angústia do
filme de Visconti invade,-me, imaginando a peste e a impossível fuga pelas ruelas da
cidade medieval. Que a libertação é interior, diz-se…
texto e foto: apm
terça-feira, 13 de outubro de 2009
FREDERICO SALVO: Rochedo
Eu não sei ser diferente
Só sou o que sou.
Não adianta você me querer
Como você sonhou.
É duro saber que um sonho
Está muito além da realidade.
É duro saber que a verdade
Nem sempre nos convém.
Não me condene
Por eu não ser como você,
Pois eu teria defeitos
Que você nem vê.
Não deixe a porta aberta
Quando você sair.
Saudade é coisa incerta,
Pode querer vir.
Não quero estar à deriva
Quando a saudade chegar.
Quero ser um rochedo
Plantado à beira-mar.
Luz que brilha sozinha
Em meio à escuridão.
...Deixa passar o verão.
Frederico Salvo.
(Querido amigo e poeta brasileiro, companheiro no Luso-Poemas, cujo poema está musicado e cantado pelo autor) Cf. Post anterior
Só sou o que sou.
Não adianta você me querer
Como você sonhou.
É duro saber que um sonho
Está muito além da realidade.
É duro saber que a verdade
Nem sempre nos convém.
Não me condene
Por eu não ser como você,
Pois eu teria defeitos
Que você nem vê.
Não deixe a porta aberta
Quando você sair.
Saudade é coisa incerta,
Pode querer vir.
Não quero estar à deriva
Quando a saudade chegar.
Quero ser um rochedo
Plantado à beira-mar.
Luz que brilha sozinha
Em meio à escuridão.
...Deixa passar o verão.
Frederico Salvo.
(Querido amigo e poeta brasileiro, companheiro no Luso-Poemas, cujo poema está musicado e cantado pelo autor) Cf. Post anterior
domingo, 11 de outubro de 2009
REFLEXÃO
Subitamente
O rumo se fez tempo e ao longe
O amanhecer se recortara.
A quem cabe o fortuito,
O desgarrado,
O repensar o acaso, o absoluto,
O misterioso esgar e
A impoluta coragem,
A razão dia a dia perscrutada,
E a fuga ciclicamente repetida?
Arqueados, no cais, retomamos
O alento da manhã. Caminhamos.
Autoria: apm
O rumo se fez tempo e ao longe
O amanhecer se recortara.
A quem cabe o fortuito,
O desgarrado,
O repensar o acaso, o absoluto,
O misterioso esgar e
A impoluta coragem,
A razão dia a dia perscrutada,
E a fuga ciclicamente repetida?
Arqueados, no cais, retomamos
O alento da manhã. Caminhamos.
Autoria: apm
sábado, 10 de outubro de 2009
JACQUES BREL - NE ME QUITTE PAS - LEG.EM PORTUGUES
Ela ofereceu-me um disco de Brel, eu um de Zeca Afonso; ela era francesa, de Bordéus, eu de Lisboa. Ela era a minha correspondente e nunca nos chegámos a conhecer pessoalmente. Os dois autores eram o nosso esperanto e a minha esperança. “Ne me quitte pas”…
(por ocasião do 30 aniversario da morte de Jacques Brel)
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
70 POEMAS POR UM SORRISO
Numa iniciativa muito bonita, esteve em Setúbal o poeta António Paiva para lançar um livro cuja receita revertou a favor da APPACDM e que envolveu muitas pessoas, cujo nome aqui fica: Vanda Paz, Susana Moura, Alexandra Paz, Fernanda Esteves, entre outros.
70 poemas por um Sorriso é, mais do que uma dádiva, um acto de solidariedade activa. Há outras formas de ajudar, dir-se-á, mas esta é genuína e este sorriso dgno de registo. Sorriso esse que teve a acompanhá-lo ao piano mestre Rui Serôdio, numa sessão animada por Américo Pereira.
O nosso sorriso para os nossos meninos e jovens da APPACDM que também disseram poemas.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
ATÉ QUANDO? (No dia mundial dos idosos)
Os filhos da urbe, apartam-nos; os lares que constroem para eles são verdadeiras estalagens para a derradeira vagem, sem açúcar, sem afecto; a sua reforma é inferior, na maior parte dos casos, ao valor das roupas de marca que os seus netos usam; o preço dos medicamentos que lhes prolongam a vida está pela hora da morte…
Resta-lhes, como na alegoria de Elio Vitorini, seguir o trilho dos elefantes, que se apartam da manada, quando sentem que a sua utilidade chegou ao fim, dirigindo-se para norte, gigantesco cemitério de elefantes: “Consideram-se mortos e morrem”, desistem de viver. Para quando a devolução da dignidade perdida dos mais velhos; até quando estes atravessarão o presente, desculpando-se de não ter ido mais longe”, nas palavras de Brel, e se sujeitam à tirania dos que esperam o seu sono tranquilo e infinito?
arfemo
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