quinta-feira, 30 de setembro de 2010
DE SÚBITO
foto apm
DE SÚBITO
De súbito recolho as velas
ao abrigo do porto, da memória,
enquanto as águas cintilam prateadas,
reflectindo as faces desejadas
Fora assim que as imaginara
- lúcidas, evanescentes, joviais –
falando como quem canta
uma canção de embalar
arlindo mota
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
KAREN THIELE CAMPOS: LUZ E SOMBRA
« A artista plástica Adriane Hernandez, professora de Artes Visuais da UFPel, preparou uma exposição de seus alunos, em parceria com o Instituto João Simões Lopes Neto. Os estudantes deviam elaborar criações não tradicionais em torno ao livro - como conceito e como objeto - e à casa do escritor.
Em visita ao Instituto, as ideias apareceram e foram feitos os projetos de acordo aos lugares da casa. Assim, a exposição "A casa, as estantes e os livros", com pouco mais de uma dúzia de surpreendentes trabalhos, foi aberta na quinta 22 de julho, e se prolongou até 30 de julho(...)
"Luz e sombra", o impressionante livro-janela de Karen Campos, foi construído com papel paraná, craft, celofane e lâminas de retroprojetor. O tamanho da obra, adaptado à realidade física da casa, também dizia que ser escritor (ou encadernador) envolve bastante trabalho, na concepção e na confecção. Pequenos nos sentimos ante certos livros.
O livro com forma e funções de janela, além de ser parte da casa de um escritor, permite olhar o mundo lá fora, iluminar o interior, trocar de ar e escrever nos vidros.
As várias folhas podiam ser folheadas e lidas sem dificuldade, e em cada uma havia mensagens epigramáticas como esta (do poeta português Arlindo Mota):
Quem controla o desejo: a emoção ou a ternura?
- A paleta, responde o pintor.
- A palavra, atalha o poeta. Juntos, distribuem a luz que inunda de cor o planeta.»
F.A. Vidal, in blog "Pelotas, Capital da Cultura"
Parabéns à Karen Campos, promissora artista plástica brasileira e à sua orientadora pelo conceito brilhante que deu origem a este (e outros) magníficos trabalhos e ao convite para colaborar que me dirigiu e a que acedi com o maior gosto.
apm
sábado, 11 de setembro de 2010
REFLEXÃO
foto: arlindo pato mota
REFLEXÃO
Subitamente
O rumo se fez tempo e ao longe
O amanhecer se recortara.
A quem cabe o fortuito,
O desgarrado,
O repensar o acaso, o absoluto,
O misterioso esgar e
A impoluta coragem,
A razão dia a dia perscrutada,
E a fuga ciclicamente repetida?
Arqueados, no cais, retomamos
O alento da manhã. Caminhamos.
arlindo mota
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