segunda-feira, 24 de outubro de 2011

RUI SERODIO: ARTE E VIDA









A semente intensa e delicada

A colheita farta enquanto houve

A notícia indelével que perdura

Teve o impacto duro de uma bala



arlindo mota


(Ouvir o maestro Rui Serodio é a melhor forma de continuar a ter o privilégio de continuar a usufruir da sua companhia através da arte, que essa é eterna. O nosso disco, querido amigo, teve um contratempo mas verá a luz dia: poesia e música sempre se banharam nas águas do mesmo rio. Aqui deixo um link para um dos seus últimos projectos http://www.newagepiano.com/profile/TheFadoandthePiano)

domingo, 16 de outubro de 2011

ESCRITOR DO MÊS: LUIZ PACHECO


Encontrámo-nos meia dúzia de vezes, separados pelo tempo e pela geografia: primeiro na "Estampa", quando integrava a equipa dos amigos Manso Pinheiro que haviam adquirido a editora e Luiz Pacheco era um dos seus autores. Mais tarde em Setúbal,já o tempo havia cavado fundo na energia e capacidade criativa de LP, mesmo assim sempre de língua afiada para os que arvoravam a hipocrisia como sua matriz. Depois fui acompanhando as entrevistas que foram sendo publicadas e que eram a sua "prova de vida". Viveu o tempo suficiente para saber que o seu talento fora reconhecido. Com ele morreu muito do pouco que resta de uma certa maneira de fazer literatura, de que terá sido o seu principal representante , em que a vida se confundia com a própria arte da escrita. Até sempre. apm"


Ora deixem-me que lhes diga: um cadáver não nunca tem terá razão, mesmo que a tivesse tido antes. Um estúpido um cobardola é para rir e chorar, porque a estupidez e o medo não têm medida. Um patareco dá-se-lhe um pontapé no cu, um parasita esborracha-se por nojo e a um folião fazemos notar que não lhe achamos graça nenhuma. E fugi dos frustrados e falhados que é a malta mais tratante e castradora que existe. Mas um bebé! uma rapariga com um filho ao colo! os bambinos em volta! são os bichos mais exigentes e precisados de tudo. E há que lhes dar tudo. Eis, senhores, porque saúdo a manhã e faço gosto em a ver inda uma vez, eis porque a pardalada me incita. (...) Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sereis, se as praticardes." Luiz Pacheco in A COMUNIDADE

domingo, 9 de outubro de 2011

OUTONO

























O tempo era a monótona cidadela

de um Outono. Lentamente, as

folhas emudeceram e se colaram,

secamente, uma a uma.



arlindo mota


foto: Cília Costa