domingo, 27 de fevereiro de 2011
MONDANDO A LUZ
Pode a luz, sem ser coada,
Iluminar-nos de cor?
Arco- iris recriado:
Que paleta? Que pintor?
arlindo mota
@poema e foto
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
ZECA AFONSO: NUM DIA ASSIM...
Que fazer nos dias de Inverno, cogitava Alice, quando o frio nos tolhe a alma e não se vislumbra sinal de temperança.... A ternura dos quarenta leva-a à música e a música a um amigo do pai que jamais esquece: o Zeca Afonso.
Mas porque se lembrara ela, naquele momento, naquele preciso momento, daquela música, daquele autor, que afinal em pessoa mal conhecera, quando ainda andava de bibe e sacola? Também ela estivera no ginásio cheio, cheio a abarrotar da Escola Técnica (agora Sebastião da Gama) onde o corpo de Zeca Afonso repousava entre amigos que há muito sabiam – como ele sabia – que no dia em que a sua voz não se pudesse fazer ouvir, morreria.
A morte saiu à rua, num dia assim : 23 de Fevereiro de 1987. Afinal havia outras razões, para além da razão, para estar triste. Onde estão agora os bardos – reflecte - que cantem generosamente até que a voz lhes doa, a denúncia de um tempo triste, que o Zeca jamais imaginara que os homens do seu tempo pudessem esconder o sol por não saberem o que fazer com a luz.
Extraído do livro de Arlindo Mota “Alice no País do Faz-de-Conta”
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
ENTRE ESCOMBROS, TALVEZ…
procuro nos escombros que inventei
sem conhecer um rosto na voragem
das mágoas e silêncios que guardei
em teus olhos insensíveis à paisagem
um pouco mais além outras paragens
de apetecidos afagos de mãos puras
recriam-se seguros diques de ternura
porto de abrigo apetecido da viagem
tu subindo o mar numa piroga
eu sem saber porque naufrago
arlindo mota
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