sábado, 11 de setembro de 2010

REFLEXÃO


foto: arlindo pato mota

REFLEXÃO



Subitamente

O rumo se fez tempo e ao longe

O amanhecer se recortara.


A quem cabe o fortuito,

O desgarrado,

O repensar o acaso, o absoluto,

O misterioso esgar e

A impoluta coragem,

A razão dia a dia perscrutada,

E a fuga ciclicamente repetida?


Arqueados, no cais, retomamos

O alento da manhã. Caminhamos.



arlindo mota

4 comentários:

Canto da Boca disse...

Esse poema - em mim -, causou a sensação de que eu caminho em círculos... E parece que boa parte da humanidade também, não sei, reflito!

arfemo disse...

É... a ideia de progresso contínuo está em retrocesso...mas a interioridade do poema obedece a leis próprias. Obrigado pela leitura atenta

OUTONO disse...

E amanhã...o alento e, como preciso desse alento, para dizer presente, para reflectir, para me encontrar...

Obrigado pela partilha...foi um alento ter vindo por aqui beber esta poesia.

Um abraço!

arfemo disse...

caro amigo,

como precisamos de alento, pois se nem brisa corre...mas é bom, sentirmos como os mineiros do Chile que lá em cima ou lá em baixo, há quem se preocupe por nós e nós um futuro para cuidar, nem que seja um filho por nascer...