Contigo aprendi que os dias e as noites
não existem quando conversamos sobre livros
que os livros podem
ser orais ou escritos
- isso só descobrimos mais tarde -
Lembro-me das tuas palavras
isentando a vida do ónus do tempo
como quem diz não tenho pressa
que estou cá porque quero estar
de momento estás afónico e
não sabes se um dia
recuperarás a voz
eu continuarei a ler-te em braille
no meu canto preferido da livraria
mesmo junto ao chapéu e bengala
sinal inequívoco da tua presença
arlindo
mota
24 Outubro de 2013
(in memorian de
Manuel Medeiros “O Velho Livreiro”)
3 comentários:
...livros e recordações, um mar sempre presente!
É isso José Luís, só que este velho amigo disse-nos adeus no dia em que escrevi estas palavras, sem drama, em paz consigo mesmo, sabendo que havia feito tudo o que podia para um mundo melhor, ele que fora padre sabia bem o significado da vida...abraço, amigo
saudade tb
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