Nas asas do vento, criei uma flor
cercada de desejos e aguardei,
obstinado, a Primavera.
Passada a época das chuvas, liberta
a memória da espuma das palavras, um
sorriso cúmplice, inebriante, anuncia
discretamente um novo tempo,
táctil e cálido, rodeado de aromas
inesperados.
O fogo dos sentidos, Cibele, necessita,
como o vidro, mil paixões.
Foto e poema: apm
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
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4 comentários:
Arlindo,
um poemar fantástico!
lindas as palavras e o sentido...
um sorriso :)
mariam
ah!gostei muito da prenda. obrigada
retribuo,
"Tinham o rosto aberto a quem passava
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinha como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos,
mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços."
«Eugénio de Andrade»
Miriam,
desculpe, mas essa não vale! Eugénio de Andrade onde cada verso é um milagre, é demais. Eu utilizei armas próprias, cegas, rudes porventura, mas minhas e a Miriam já mostrou que as possui de fino gume, com que afeiçoa os escrito que produz.
Bem haja e ...até breve
arlindo
mariam, desculpe,
e mais não digo (miriam, evoca os contos de fadas...)
arlindo
O poeta no seu melhor:
"O fogo dos sentidos, necessita,
como o vidro, mil paixões".
Por aqui e por ali, vamo-nos vendo...
sofia b.
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