Onde os búzios que em tudo pareciam
o regresso ao tempo das sereias?
Onde o fogo das mãos que se queimavam
junto aos corpos que quase enlouqueciam?
Onde o vento cortando inutilmente
as arestas que cedo os revestiam?
Onde a lua rasgada de desejos,
eclipse de silêncio por momentos?
Era um tempo, alento da manhã,
em que as árvores cobriam prontamente
teus seios, vestígios de romã.
Foto e poemas: apm
sábado, 31 de janeiro de 2009
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4 comentários:
Arlindo,
belo, sensual e delicado poema! feito de búzios, sereias, quartos lunares e romãs...
fez-me lembrar umas divagações minhas :)
um sorriso :)
mariam
mariam,
obrigado pela companhia preciosa e amiga para quem opera pela escrita nas margens do tempo e da memória, buscando, nos ténues fios das palavras, alimento para subir mais um pequeno degrau, sem pressa nem alarde, em direcção ao que a estética designava por "beleza" e hoje relativamente desprezada pela corrente dominante...
o que conta, enfim, é o perfume que desperta, a partilha descomprometida, as cumplicidades recriadas...
até breve e boa semana, aguardando os seus posts por entre um sorriso ...e os pingos de chuva.
arlindo
Cibele está abrigada do temporal que agride o país? Não importa, quando emergem poemas como este de uma delicada sensualidade e intenso lirismo...
sofia
hummm....
direito de resposta...muito significativo.
srsrsr
M.
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