I
Cibele, acrisolada nos seus olhos húmidos, apelava à demasia da
vida, buscando na solidão alimento para a inquietude.
Sabia que, muitos anos volvidos, a repetição dos seus gestos, aparentemente inúteis,
eram como que uma flor resguardada de ventos, por entre o ímpeto reprimido de
paixões.
II
Dia a dia, mecanicamente, resistia ao luar e ao sol, a luz natural ofuscava-lhe essa
ténue alegria que guardava, secreta e compungida.
Certos dias, raros, chispavam em si o brilho do desejo, e viam-na caminhar,
solitária, o rosto e a voz ocultando o mais profundo do seu ser.
III
Que fazer, afinal, dessa flor tão serenamente resguardada,
cuja seiva era a dádiva de uns olhos permanentemente
húmidos?
IV
Nesse dia, igual a tantos outros, subitamente,
irrompera nela uma vontade, inesperada,
de partilhar o sonho, a maresia, o calor
ou a geada, mesmo que o tempo persistisse
a monótona cidadela de um Outono.
Soubera, enfim, que renascera para a vida.
Poema: apm
sexta-feira, 27 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
MEDITAÇÃO
Quem controla o desejo, a emoção
ou a ternura?
A paleta, responde o pintor.
A palavra, atalha o poeta.
Juntos, distribuem a luz
Que inunda de cor o planeta.
Poema: apm
DIA MUNDIAL DA POESIA
ou a ternura?
A paleta, responde o pintor.
A palavra, atalha o poeta.
Juntos, distribuem a luz
Que inunda de cor o planeta.
Poema: apm
DIA MUNDIAL DA POESIA
ENCONTRO HEXAGONAL
O encontro foi hexagonal
- De resto desconhecia
Qual a forma original.
Como seria possível
Ainda manter-se de pé,
A cerca que outrora havia
No mundo da geometria
De um convento que não é,
Se não fora a Poesia?
Poemas: apm
DIA MUNDIAL DA POESIA
- De resto desconhecia
Qual a forma original.
Como seria possível
Ainda manter-se de pé,
A cerca que outrora havia
No mundo da geometria
De um convento que não é,
Se não fora a Poesia?
Poemas: apm
DIA MUNDIAL DA POESIA
segunda-feira, 16 de março de 2009
NAS MARGENS DO TEMPO
Nas margens do tempo, por dentro de mim,
procurei o rio, remirei as águas,
e, nos requebros esperados da maré,
recuperei a infância, fiz um balancé:
Foi o voltear incessante entre o riso,
o pranto, a descrença e a fé;
e nas águas constantes que fluem,
compreendi a mudança que não é.
Poema: apm
procurei o rio, remirei as águas,
e, nos requebros esperados da maré,
recuperei a infância, fiz um balancé:
Foi o voltear incessante entre o riso,
o pranto, a descrença e a fé;
e nas águas constantes que fluem,
compreendi a mudança que não é.
Poema: apm
quarta-feira, 4 de março de 2009
ENTRE AS AREIAS FINAS DAS MARGENS
Recordar-me-ei das tuas mãos entrelaçadas,
como se os dias fossem sumindo
entre as areias finas das margens.
O sol pouco a pouco fenecia, enquanto
os fios das lágrimas de diamantes eram
explosões inesperadas de gotas de água.
Ternamente, foi-me afluindo à memória
a paragem dos dias, a leveza dos
pequenos gestos, a maré cíclica das
emoções, a plenitude inconclusiva.
Poema: apm
como se os dias fossem sumindo
entre as areias finas das margens.
O sol pouco a pouco fenecia, enquanto
os fios das lágrimas de diamantes eram
explosões inesperadas de gotas de água.
Ternamente, foi-me afluindo à memória
a paragem dos dias, a leveza dos
pequenos gestos, a maré cíclica das
emoções, a plenitude inconclusiva.
Poema: apm
domingo, 1 de março de 2009
ESCANÇÃO DOS SONHOS
Ledo, o tempo redefine
as margens, coarcta a
emoção, medeia a
ternura.
Nele, o amor, escanção
dos sonhos, experimenta
a pureza dos sentidos.
Poema: apm
as margens, coarcta a
emoção, medeia a
ternura.
Nele, o amor, escanção
dos sonhos, experimenta
a pureza dos sentidos.
Poema: apm
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