quarta-feira, 28 de outubro de 2009
PRECOCEMENTE, O OUTONO
Poema dito por José Silveira, querido poeta, que do Brasil enviou este abraço com o todo o talento e amizade da sua voz. Obrigado "amigoirmão"!
Dantes tinha muitos amigos, bebíamos e cantávamos enquanto o rio desaguava a desoras no cais da ribeira, junto às margens do teu corpo. Não tínhamos sede, nem pressa de chegar. A vida em delta, foi-nos separando, mas tudo parecia continuar a fazer sentido.
Agora, os amigos desse tempo abrigam-se quase todos na memória, o céu mudou de cor e já não há mar que nos sossegue.
Quero de volta o azul e não consigo. Telefono, escrevo, envio mails, mas sinto-me estranho na vídeo-conferência.
Levantamos os copos – que estão vazios ou meio-cheios – numa comunhão que antes entendia ser perfeita e sinto que já não há sagração possível. O tempo, diz a meteorologia e a cor dos teus cabelos, mudou...
Voz: José Silveira
Poema: Arlindo Mota
Publicação original: Site Luso-Poemas
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2 comentários:
Carregamos tantas pessoas dentro de nós, e por dentro nada muda nem a amizade envelhece, sentimento permanece o mesmo. Mas o estranho é quando sai e a imagem que carregamos não bate com a atual...a cor dos cabelos mudam...
O que dizer de tamanha suavidade em
sentimentos densos? Maravilhoso seu poema!
E nos brinda também com a voz do querido José Silveira.
Beijos daqui.
Olá Vania,
bem-vinda a este cantinho que mantive em sossego até há poucas semanas.
As tuas palavras são, como sempre, um estímulo porque, com um olhar amigo, vais percorrendo as palavras com que intentamos abraçar a vida...
O José Silveira é de facto um amigo especial, que vale a pena conhecer.Por isso ficou bem aqui...Quem sabe se não haverá maneira de uns quantos de nós não possamos encontrar formas de interagir, mesmo à distância...Já ouve sugestões, mas ainda muito incipientes...
Dizer apenas que aprecio imenso a sua maneira de ser e de estar, e a sua poesia.
Beijos
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