segunda-feira, 6 de abril de 2009

MEIA JORNADA

Quando a viagem é meia, já tornada,

Impelida pelo vento ou ressentida

Da calmaria ou sede de viver,

Por vezes reaparece a maresia

E tudo pode ainda acontecer:

O perfume agreste, a malvasia,

Ou a loucura de ver nascer o dia

De quem passa o dia sem o ver.


E onde está o Homem está o sonho,

Nem que seja um filho por nascer.




Poema: apm

2 comentários:

mariam [Maria Martins] disse...

Arlindo,

este poema é fantástico.. fala da vida, seus paradoxos, incertezas mas também muita esperança, a capacidade de sonhar, do pé na terra e outro na lua... assim o vejo . gostei muito.

Boa Páscoa!
um abraço e o meu sorriso amigo :)
mariam

li também os infra, e adorei! como sempre. (já estava com saudades de 'Cibele' :) Das imagens também gostei muito!

Madalena S. disse...

A poesia tem destas coisas. Em livro, deixamo-lo na mesa de cabeceira e vamos lendo à noite, um, dois, três numa noite, noutra mais ensonada apenas umas linhas, marcamos a página, retomamos amanhã. É um companheiro. Aqui na blogosfera, sendo diferente, é quase a mesma coisa. Escolhemos uns quantos blogs, os que mais gostamos, seguimo-los e, todos os dias passamos por cá, para ver as novidades. Às vezes lemos um ou dois, outras vezes está o mesmo durante muito tempo. E depois, um dia, aparece um que nos enche particularmente as medidas, de que gostamos muito. Sentimo-nos compelidos a manifestar esse prazer obtido na leitura.Este "Meia Jornada" é um desses casos. Gostei particularmente.
Aproveito para desejar Boa Páscoa.
Um abraço.