quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

MÍTICO ABRIGO DE SEREIAS E DUENDES

Atónita, a gaivota suspende subitamente

o voo e plana, absorta, indiferente à

crecente velocidade do vento, à algazarra

das vagas, aos gritos das crias.


O seu olhar circunscreve-se a pequeno

ponto perdido na imensidão do oceano,

mítico abrigo de sereias e duendes,

sonhado lugar de exílio.


A gaivota descobrira, por fim, reflectido

no ventre das ondas, sob a forma de

uma vieira incólume ao ritmo das marés,

o inesperado do desejo e da afeição.



Foto e poema: apm

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