Este texto é de um autor anónimo do século XVII, atribuído muitas vezes ao Padre António Vieira, nunca confirmado, e trouxe-o à colação a propósito disto e daquilo...(i.e. a arte é mui antiga e vai-se perpetuando, pela “eternidade e mais um dia”
“Mais fácil achou um prudente que seria acender dentro do mar uma fogueira que espertar, em um peito vil, fervores da nobreza. Contudo ninguém me estranhe chamar nobre à arte, cujos professores, por leis divinas e humanas, são tidos por infames. Essa é a valentia desta arte (…) de gente vil faz fidalgos, porque onde luz o oiro não há vileza.
E prouvera a Deus não tivera tanto de nobre, pois vemos que e tudo o mais que tem preço; e os sujeitos em que se acha são, por meus pecados, os mais ilustres. E para que não engasgue algum escrupuloso nesta proposição, com a máxima de que não há ladrão que seja nobre, pois o tal ofício traz consigo extinção de todos os foros da nobreza (…) entendo o meu dito segundo o vejo exercitado em homens tidos e havidos pelos melhores do mundo, que no cabo são ladrões, sem que o exercício da arte os deslustre, nem abata um ponto do timbre de sua grandeza.”
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
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