domingo, 12 de dezembro de 2010
ATÉ QUANDO? (O Difícil Mundo dos Idosos)
Os filhos da urbe, apartam-nos; os lares que constroem para eles são verdadeiras estalagens para a derradeira vagem, sem açúcar, sem afecto; a sua reforma é inferior, na maior parte dos casos, ao valor das roupas de marca que os seus netos usam; o preço dos medicamentos que lhes prolongam a vida está pela hora da morte…
Resta-lhes, como na alegoria de Elio Vitorini, seguir o trilho dos elefantes, que se apartam da manada, quando sentem que a sua utilidade chegou ao fim, dirigindo-se para norte, gigantesco cemitério de elefantes: “Consideram-se mortos e morrem”, desistem de viver. Para quando a devolução da dignidade perdida dos mais velhos; até quando estes atravessarão o presente, desculpando-se de não ter ido mais longe”, nas palavras de Brel, e se sujeitam à tirania dos que esperam o seu sono tranquilo e infinito?
arlindo mota
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2 comentários:
e o futuro não se afigura mais promissor...sibilino o texto é cmo um murro no estomâgo, pese a beleza das palavras que escreveu...
Muita verdade.
Triste verdade.
A nossa civilização ainda tem muito para aprender
até o que desaprendeu.
Abraço
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