domingo, 20 de junho de 2010
TEU CORPO AVE CINZENTA
teu corpo ave cinzenta simulou um voo
ao encontro dos deuses, mundo dos ses,
em movimento pendular: ser e não ser,
cintilando ao retornar pela última vez
o corpo brotou manancial de água fresca
sobre delicado tapete de plátanos em flor
sem cuidar de saber se ao partir voltaria:
eclipse ou expressão circular da geometria
o corpo ave cinzenta aninhou uma última vez
no meu colo,e ali ficou, delicada,serena forma,
depois despertou tão naturalmente naquele dia,
que deixou a ilusão de ser eterno – e não seria…?
arlindo mota
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11 comentários:
Um poema-voo que alça o horizonte rumo às sensações mais extasiantes!
Um poema-ave que aproxima o céu e a ilusão dos amantes!
Simplesmente lindo!
Abraço.
;)
Elegia tranquila ou descanso de amantes, um poema intrigante que dá asas à imaginaçao mais criadora. Muito belo!
Olá.
Vim agradecer sua presença no meu cantinho, e dizer que é uma delicia te ler..
Parabens.
beijos
Obrigado a Canto da Boca, Joana e "o mar me encanta completamente", pela leitura atenta e a generosidade da apreciação...
abraço fraterno
Um olhar longo para lá do horizonte onde o aor se eterniza...
Profunda é sempre a sua escrita.
Beijos
«sem cuidar de saber se ao partir voltaria»
Que imagem linda!
Quanta profundidade nestas palavras.
Adorei!
Olá Ana,
é o blog tb serve para os amigos estarem em contacto por boas razões: a poesia!bjs
Para G...
bem-vinda à seda das palavras, onde a troca de opiniões livre é marca de água e as suas reflexões incentivo que agradeço!
A palavra descansa no meio do céu, num voo fica o pensamento da gente...E poderia bem ser um esboço de perfume...Continua lindo.
beijo
Vania
Um pouco mais de sol - eu era brasa,/Um pouco mais de azul - eu era além./Para atingir, faltou-me um golpe de asa.../ Se ao menos eu permanecesse aquém.
é um dos mais belos poemas de um dos mais infelizes poetas portugueses di inicio do século passado.
espero que gostes! beijo
F A N T Á S T I C O!
Porque não estou surpreendida?...
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